PR moçambicano quer polícia a pôr mandantes de crimes "a ver o sol aos quadradinhos"

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, pediu hoje à polícia para combater a corrupção "dentro e fora" da corporação, um país livre de raptos e priorizando medidas que coloquem os mandantes de crimes "a ver o sol aos quadradinhos".

Lusa /
Amanuel Sileshi - AFP

"Nós queremos ver Moçambique livre de raptos. Queremos Moçambique livre do tráfico de drogas, de órgãos e seres humanos, livre do branqueamento de capitais e outros crimes conexos", afirmou o chefe de Estado, na cerimónia em que patenteou, em Maputo, à classe de oficiais dois elementos da Polícia da República de Moçambique (PRM).

"Fizemos todo o esforço para que Moçambique saísse da `lista cinzenta` [de branqueamento de capitais] e queremos que saia da lista dos raptos e tráfico de drogas, de órgãos e seres humanos e de branqueamento de capitais. Ajudem-nos a acabar o terrorismo e livrem-nos da corrupção dentro e fora da polícia", afirmou o chefe de Estado.

Na sua intervenção, dirigindo-se aos oficiais comissários da polícia Rosário Miquitaio e Valentim José Chiconela, o Presidente moçambicano recordou que "irão desempenhar funções relevantes na estrutura da organização policial, com responsabilidades acrescidas no domínio do comando e gestão de forças e meios".

"Recomendo-vos a participarem ativamente em ações complexas no quadro dos processos de gestão interna e da garantia da ordem, segurança e tranquilidade públicas para o nosso povo moçambicano. Na vossa atuação, priorizem medidas de prevenção para que esses males não ocorram, mas se por ventura ocorrerem, façam de tudo para colocarem os infratores, incluindo os seus mandantes atrás das grades, a ver o sol aos quadradinhos, como se diz na gíria popular", apelou Chapo.

Acrescentou que a PRM vê agora "reforçado o seu núcleo de pensadores estratégicos no domínio da segurança pública", o que "constituirá mais-valia na busca de soluções para desafios associados à criminalidade comum, organizada e transnacional, bem como a sinistralidade rodoviária", entre "outros males que afetam" a sociedade moçambicana.

"E, cientes de que irão ocupar cargos de comando e direção, é nossa expectativa que a vossa atuação seja dinamizadora a nível institucional e inspiradora para os outros membros da corporação dentro da PRM", desafiou Chapo, pedindo que "não sejam apenas mais uns oficiais comissários", mas antes que "façam a diferença".

Reforçou que estas promoções à classe de oficiais comissários da polícia não foram "um mero acaso" e resulta antes do mérito e percurso na PRM, recordando a garantia assumida quando tomou posse, em 15 de janeiro: "A base de indicação dos quadros para os cargos de direção e chefia vai ser a meritocracia".

"Se nos provarem que fomos enganados, não hesitaremos em tomar medidas drásticas. Por isso, a mensagem que temos para vós é muito curta e direta", avisou ainda o chefe de Estado.

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